Geoffrey Chaucer foi um escritor, filósofo, cortesão e diplomata inglês. Embora tenha escrito muitas obras, é mais lembrado pela sua obra narrativa inacabada, Os Contos da Cantuária, uma das mais importantes da literatura inglesa medieval.
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Retrato de Geoffrey Chaucer (1833). Foto: Georgios Kollidas / Shutterstock.com |

O prólogo da obra The Canterbury Tales, escrito na língua inglesa falada entre 1100 e 1500, por Geoffrey
Chaucer entre 1387 e 1400, evoca imagens primaveris - chuvas de abril, brisas
suaves, folhas brotando, botões de flores nascendo,
"And smale foweles maken melodye,
That sleep all the nyght with open eye"
(e pequenos
pássaros canoros dormem a noite inteira com
os olhos abertos).
Chaucer usou os
pássaros como uma metáfora para o sentimento de bem-estar que impregna até os
organismos mais tímidos em um adorável dia de primavera, e essa obra do autor
foi biologicamente correta - as aves
para espreitar os predadores podem dormir com um olho aberto e um hemisfério
cerebral desperto (Ratenborg et
al. 1999).
Esse fenômeno é denominado
"unihemispheric slow wave sleep" (USWS), e conhecido anteriormente
apenas em mamíferos aquáticos que devem simultaneamente dormir e manter-se na
superfície para respirar.
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Aves dormindo com olhos abertos
O sono é mais
eficiente quando os dois hemisférios cerebrais adormecem, e aves fazem isso
quando se sentem à salvo, mas em situações de perigo elas usam o USWS e
mantêm-se alertas com um dos olhos. Além disso, mantêm o olho aberto do lado
que mais provavelmente o predador pode se aproximar.
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Figura 1. Aves selvagens. Fonte da imagem: adaptado de POUGH, 2006. |
Essas conclusões são
baseadas em estudos de patos selvagens (Anas plathyrhynchos) que dormem em
fileiras de quatro. As aves posicionadas em cada uma das extremidades têm um
dos lados do corpo exposto e o outro lado protegido pela presença de outra ave,
enquanto as duas aves do meio da fileira estão protegidas dos dois lados. Os
patos das extremidades usam o sono USWS duas vezes mais que as aves do centro.
Além disso, as aves das extremidades mantêm o olho voltado para a face não
protegida aberto mais tempo, enquanto as aves localizadas no centro não mostram
preferência por qual olho deve ficar aberto (Figura 1). Registros
eletroencefalográficos da atividade elétrica mostram que o hemisfério que
recebe estímulos do olho aberto era mais ativo do que o hemisfério que estava
adormecido, demonstrando que estava passando informação do olho aberto para o
hemisfério alerta.
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Referências
POUGH, F. Harvery; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A
vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 2006.
Rattenborg, N. C, et
al. 1999. Half-awake to the risk of
predation. Nature 397:397-398.
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